“…Engenho de Dentro
Quem não saltar agora
Só em Realengo…”
Jorge Bem Jor – Engenho de Dentro, álbum 23, 1993.
Construída em terrenos comprados das terras da fazenda do Engenho de Dentro, entre as propriedades do casal D. Thereza e Dr. Padilha e de José Moutinho dos Reis, a estação Olímpica do Engenho de Dentro foi criada inicialmente em 1871 para o desembarque dos operários e materiais destinados à maior Oficina Ferroviária do mundo. Com o aumento de sua importância local, foi efetivamente criada em 10 de dezembro de 1873. Sua distância para a estação da Central do Brasil é de 11,4 km.
Sua história está interligada a das Oficinas da Companhia Estrada de Ferro Dom Pedro II. As Oficinas estimularam o aumento populacional da região, além de uma progressiva característica urbana local, transformando a antiga área agrícola em habitacional operária, em sua maioria. Localizavam-se no terreno do atual Estádio Olímpico Nilton Santos, existindo atualmente apenas o prédio que abriga o Museu do Trem e uma área de lazer para a população. Em frente à Estação, entre 1915 e 1919, também se estruturava a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e São José, cujo prédio é tombado pelo Patrimônio Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1924, foi construído um prédio de alvenaria que seria substituído em 1937, por um grande pavilhão no mesmo local. Com pilares e estrutura de ferro em forma de arco em 25 metros de altura, cobertura em telhas de fibrocimento e um vão livre de 50 metros, a construção era inspirada na arquitetura das gares inglesas, sob projeto do engenheiro Jorge L. Burlamaqui. A estrutura é mantida atualmente.
Uma das poucas estações da malha ferroviária urbana totalmente coberta foi tombada pela prefeitura do Rio de Janeiro em 2004. A estação sofreu uma grande reforma para os Jogos Pan-Americanos de 2007, contando inclusive com escadas rolantes. Desde então, se intitula Estação Olímpica do Engenho de Dentro. Em 2008, depois que uma lei entrou em vigor para evidenciar a importância que o bairro passou a ter no cenário esportivo nacional, a estação passou a contar com o termo “Olímpica” em seu nome oficial.
Em 24 de março de 2015, foi anunciada, pela Supervia, a expansão e reforma da estação visando às Olimpíadas do Rio 2016. O projeto estabeleceu mais um mezanino, elevadores e áreas adaptadas para deficientes físicos. Atendendo os ramais de Deodoro, Japeri e Santa Cruz, a estação Olímpica do Engenho de Dentro foi homenageada pelo cantor Jorge Ben Jor através da canção intitulada Engenho de Dentro, terceira faixa do álbum 23, lançado em 1993.
Referências:
https://aenfer.com.br/2014/06/22/historias-do-engenho-de-dentro-antigas-oficinas-de-trem-vao-ganhar-vida-nova/
https://www.supervia.com.br/pt-br/estacao/estacao-olimpica-de-engenho-de-dentro
http://www.estacoesferroviarias.com.br/efcb_rj_linha_centro/engdentro.htm
RODRIGUEZ, Helio Suevo. “A formação das estradas de ferro no Rio de Janeiro. O resgate de sua memória”. Rio de Janeiro: Memória do Trem, 2004.