julho 9, 2023
por Engenhos de Historias
“…Engenho de Dentro
Quem não saltar agora
Só em Realengo…”
                                Jorge Bem JorEngenho de Dentro, álbum 23, 1993.

 

Construída em terrenos comprados das terras da fazenda do Engenho de Dentro, entre as propriedades do casal D. Thereza e Dr. Padilha e de José Moutinho dos Reis, a estação Olímpica do Engenho de Dentro foi criada inicialmente em 1871 para o desembarque dos operários e materiais destinados à maior Oficina Ferroviária do mundo. Com o aumento de sua importância local, foi efetivamente criada em 10 de dezembro de 1873. Sua distância para a estação da Central do Brasil é de 11,4 km. 

Sua história está interligada a das Oficinas da Companhia Estrada de Ferro Dom Pedro II. As Oficinas estimularam o aumento populacional da região, além de uma progressiva característica urbana local, transformando a antiga área agrícola em habitacional operária, em sua maioria. Localizavam-se no terreno do atual Estádio Olímpico Nilton Santos, existindo atualmente apenas o prédio que abriga o Museu do Trem e uma área de lazer para a população. Em frente à Estação, entre 1915 e 1919, também se estruturava a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição e São José, cujo prédio é tombado pelo Patrimônio Municipal do Rio de Janeiro.

Em 1924, foi construído um prédio de alvenaria que seria substituído em 1937, por um grande pavilhão no mesmo local. Com pilares e estrutura de ferro em forma de arco em 25 metros de altura, cobertura em telhas de fibrocimento e um vão livre de 50 metros, a construção era inspirada na arquitetura das gares inglesas, sob projeto do engenheiro Jorge L. Burlamaqui. A estrutura é mantida atualmente.

Uma das poucas estações da malha ferroviária urbana totalmente coberta foi tombada pela prefeitura do Rio de Janeiro em 2004. A estação sofreu uma grande reforma para os Jogos Pan-Americanos de 2007, contando inclusive com escadas rolantes. Desde então, se intitula Estação Olímpica do Engenho de Dentro. Em 2008, depois que uma lei entrou em vigor para evidenciar a importância que o bairro passou a ter no cenário esportivo nacional, a estação passou a contar com o termo “Olímpica” em seu nome oficial.

Em 24 de março de 2015, foi anunciada, pela Supervia, a expansão e reforma da estação visando às Olimpíadas do Rio 2016. O projeto estabeleceu mais um mezanino, elevadores e áreas adaptadas para deficientes físicos. Atendendo os ramais de Deodoro, Japeri e Santa Cruz, a estação Olímpica do Engenho de Dentro foi homenageada pelo cantor Jorge Ben Jor através da canção intitulada Engenho de Dentro, terceira faixa do álbum 23, lançado em 1993. 

 

Referências:

https://aenfer.com.br/2014/06/22/historias-do-engenho-de-dentro-antigas-oficinas-de-trem-vao-ganhar-vida-nova/

https://www.supervia.com.br/pt-br/estacao/estacao-olimpica-de-engenho-de-dentro

http://www.estacoesferroviarias.com.br/efcb_rj_linha_centro/engdentro.htm

RODRIGUEZ, Helio Suevo. “A formação das estradas de ferro no Rio de Janeiro. O resgate de sua memória”. Rio de Janeiro: Memória do Trem, 2004.

 

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