A história da Basílica Imaculado Coração de Maria se inicia com a chegada da Congregação espanhola dos Missionários de Santo Antonio Maria Claret, no ano de 1895. Treze anos depois, o capelão espanhol Florentino Simon adquiriu um terreno no Méier para a construção da Igreja que abrigaria a congregação de claretianos. Em outubro de 1909, foi lançada a primeira pedra fundamental e iniciada a obra cujo projeto foi feito pelo arquiteto e engenheiro espanhol Adolfo Morales de los Rios; que é autor de outros grandiosos e modernos edifícios na cidade.
Nas décadas seguintes, diferentes partes da Igreja de estilo neomourisco ou moçárabe, foram sendo construídas. A inauguração solene ocorreu no dia 8 de dezembro de 1917, mesmo sem a presença da torre. No dia seguinte, foi celebrada a primeira missa, presidida por Dom Ângelo Scapardine, Núncio Apostólico. Em 1929, reconstruiu-se a fachada após um desabamento.
Os missionários da época eram os padres: José Beltrão, CMF; André Moreira, CMF; Izidoro Martinez, CMF e Francisco Ozamis, CMF. Em 1964, o Papa João XXIII concedeu à Igreja Imaculado Coração de Maria o título honorífico de Basílica Menor, sendo uma das oito basílicas existentes no Rio de Janeiro. Em 2009, a igreja foi tombada pelo município, comprovando sua importância arquitetônica para a cidade sendo retratada, três anos depois na série de cartões postais “Olhos de Ver”, lançada pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade.
O estilo mourisco ou mudéjar é um estilo espanhol com elementos da cultura cristã e árabe, um mix cultural próprio da história da Península Ibérica. Era referência cultural do arquiteto Los Rios assim como dos missionários claretianos. A presença do estilo está no uso de ladrilhos de cerâmica comum dos mosaicos islâmicos, a forma da torre da basílica, os tijolinhos aparentes também são similares às torres espanholas. Os arcos romanos internos, sustentados por colunas geométricas, cerâmica colorida e mosaicos, planta quadrangular, dentre outras características demonstram o estilo neomourisco.
Hoje a Comunidade Claretiana é composta pelos seguintes padres: Júlio César Miranda, Calmon Rodovalho Malta CMF e também conta com ministério diaconal do diácono permanente: Celso Luiz Hora Couto.
Referências:
ZETTERMAN, Carolina. A basílica do Imaculado Coração de Maria e a presença do Estilo Mourisco no Méier. IN: LIMA, Rachel Gomes de.
MATTOSO, Rafael. Um Grande Méier de Histórias: heranças, caminhos e lembranças dos subúrbios cariocas. Rio de Janeiro: Kliné, 2023.