Ao pensarmos na formação de uma cidade, é muito importante darmos atenção para algumas características como o urbanismo, a arquitetura, o transporte, a circulação de pessoas e de mercadorias e, é claro, ao fornecimento de condições básicas de vida, como água, luz, gás, alimentos, etc. É nessa lógica que falaremos sobre o Reservatório Monteiro de Barros.
Conforme a cidade do Rio de Janeiro foi expandindo para as áreas rurais das atuais Zonas Norte e Oeste, o desmatamento, a urbanização e a constante falta de água passaram a ser problemas que deveriam ser resolvidos pelos prefeitos. Assim, os engenheiros brasileiros procuraram nascentes de águas nas serras em volta da cidade e foram aperfeiçoando as técnicas e tecnologias de captação e distribuição dessas águas para chafarizes e casas dos subúrbios cariocas.
Foi nesse contexto que o reservatório Monteiro de Barros foi construído, no ano de 1908. Projetado pelo engenheiro Henrique de Novaes, está presente no morro Dona Delfina, no bairro do Engenho de Dentro, acompanhando a expansão dos loteamentos e da pavimentação das famosas ruas que cortam o bairro. Hoje, divide espaço com diversos patrimônios da região, como a estação de trem, o Parque das Oficinas, o Museu do Trem, o Engenhão, o SESC, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e São José, o Instituto Municipal Nise da Silveira e, mais recentemente, o Bosque Dona Ivone Lara.
Os reservatórios eram tão importantes para a cidade, que não bastavam apenas as características técnicas para o abastecimento, mas também a arquitetura deveria seguir os movimentos e estilos da época, dando imponência para que os bairros tivessem características cada vez mais republicanas. Nisso, junto da capacidade de 20.000 m³ de água, o reservatório foi construído em dois compartimentos de concreto armado, com toda sua estrutura decorada por motivos marinhos, golfinhos e conchas, tendo sido aberto entre os anos de 1950 e 1960 como parque.
Referências:
– http://www.inepac.rj.gov.br/index.php/bens_tombados/detalhar/360
– https://diariodorio.com/roberto-anderson-e-os-reservatorios-historicos-na-privatizacao/
– GERSON, Brasil. História das Ruas do Rio. Rio de Janeiro, Ed.: Lacerda Editores, 2000, 5ª Edição Remodelada e Definitiva.