Quintino Antônio Ferreira de Sousa, conhecido como Quintino Bocaiuva, adotou o nome Bocaiuva (que significa duas espécies nativas de palmeira) para afirmar o nativismo. Foi jornalista e político importante no processo da Proclamação da República.
Quintino nasceu em 04 de dezembro de 1836, no município de Itaguaí. Aos 14 anos foi ganhar a vida em São Paulo, trabalhando como revisor e tipógrafo. Seu sonho era cursar direito, mas desistiu por não ter dinheiro. Com isso, iniciou a carreira de jornalista no jornal Acaiaba, época na qual adotou o nome Bocaiuva.
Retornou ao Rio e trabalhou no jornal Diário do Rio de Janeiro e Correio Mercantil. Defensor dos ideais republicanos, foi redator do Manifesto Republicano e escreveu brevemente no periódico A República. Ele fundou o jornal O Globo (que não tem relação com o atual) e o jornal O Paiz. Por sua atuação na imprensa foi apelidado como “príncipe dos jornalistas brasileiros”.
Participou do governo provisório, foi ministro de relações exteriores, senador e governador do Rio. Tinha forte relação com a ala militar e por isso apoiou a candidatura do Marechal Hermes da Fonseca à presidência da República, que venceu em 1910. No mesmo ano, Quintino ocupou a presidência do Partido Republicano Conservador.
Quintino também foi maçom e chegou a ser Grão-Mestrado do Grande Oriente do Brasil, posto mais elevado na hierarquia da ordem. Ele era contrário às ideias positivistas e foi o único civil a cavalgar, ao lado de Benjamin Constant e do Marechal Deodoro da Fonseca, com as tropas que se dirigiram ao quartel-general do exército brasileiro durante a proclamação da República.
Morreu aos 75 anos, em 11 de junho de 1912, em sua residência. A região se chamava Estação Cupertino de Trens. Para homenageá-lo, a estação recebeu seu nome, também dando nome ao bairro. Quintino foi casado duas vezes e teve 15 filhos. A sua casa está localizada na Rua Goiás, perto da descida do viaduto do bairro. Em 2009, houve uma indicação legislativa com o intuito de se realizar o tombamento histórico estadual do imóvel. Mas até agora encontra-se abandonada.
Texto escrito por Felipe Migliani (repórter e jornalista investigativo, com matérias publicadas no jornal Meia Hora e no Estadão. Também é integrante do coletivo Engenhos de Histórias).